05 a07 de Julho de 2013
UMA FÉ TRANSFORMADORA
Saudações cordiais e
solidárias dos 8 mil romeiros e romeiras, da 36ª Romaria da terra e das águas!
Na beira do rio São
Francisco, santuário da natureza, nos sentimos unidos e motivados pelo que
acabamos de vivenciar nas ruas e praças
do Brasil. Queremos propagar a que um
país melhor, que na cidade e no campo, todos queremos só será possível
se sua terra, suas águas e sua rica
natureza estiverem, a serviço da vida de todos os seus filhos e filhas.
Através desta mensagem
queremos denunciar e partilhar aspectos que ecoaram nesta romaria feita prece
e indagação, contemplação e compromisso nos vários momentos de sua programação.
Numa só voz todos
concordamos que urgentemente deve ser revolucionada uma realidade em que a apropriação
particular da Terra que declarou encerrada a Reforma Agrária, a Água, o Vento e o Sol não podem mais ser vistos como objeto de lucro
selvagem e absoluto de grupos privados.
Uma multidão
voluntariamente deixada na sombra ainda nos exige para sermos solidários ao seu
lado: Os povos indígenas da Bahia e do Brasil, Os Quilombolas, o morador de
Fundo e Feixo de pasto, os pequenos agricultores e criadores estão sendo
extinguidos pela atual modelo do estado e pela prática do Judiciário. Com as
honrosas e raras exceções.
Outra grande categoria de
povos tradicionais, os pescadores artesanais do Brasil, nos faz um apelo. Já
que estão sendo expulsos, para dar lugar
aos projetos do capital estrangeiro e nacional (latifúndio das águas depois do latifúndio da
terra, do vento e do sol) eles nos convocam para fazer valer seus direitos na
Constituição sobre seus territórios pesqueiros.
Com os jovens que se
projetam como protagonistas em todo o pais, pastorais da juventude reunidas
conosco apesar de reconhecerem avanços como a difusão das cotas e da ampliação
de vagas no Ensino superior, ainda se encontram sujeitos a várias mazelas:
a migração forçada e o
trabalho escravo que só neste anos já vitimou até o momento mais de 100
trabalhadores, sendo resgatados 4; a precariedade persistente do ensino
fundamental e médio que diminui as condições para o ingresso nos cursos
superiores; a difusão do consumo de consumo de drogas alucinógenas por jovens e
adolescentes.
Interligados com as
multidões e periferias do Brasil, a Romaria nos encorajou a continuar a
construir esperanças. Para os nossas crianças, que vimos alegremente reunidas
pela primeira vez em plenarinho e para nossos jovens. , derrubando novas e
antigas amarras, queremos nos
solidarizar na prática da justiça.
Ecoou como um sinal de
esperança em nossa Romaria, a noticia que nos trouxeram os companheiros e
companheiras de Cocos, Oeste da BA. Mais de 2000 pessoas, em véspera desta
romaria, mobilizadas em audiência pública, impediram a construção, já decretada,
de uma barragem fatal à vida do rio Carinhanha e do seu povo.
Não paira dúvidas de que
o que acontece na nossa Romaria há 36 anos e o que esta acontecendo, de maneira
diferenciada, nos diversos recantos do país,
é um processo de construção de outra civilização. Aqui ensaiamos a
verdadeira espiritualidade que o Bom Jesus da Lapa e do Evangelho nos convoca a
seguir. É a fé que se transforma em compaixão solidária com todos caídos à beira
do caminho, convivência amorosa com
todos os seres e anima nossa indignação
profética frente a todos os ídolos da mentira e da morte.
Com esta fé, sintam-se
todos abraçados.